quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Roberto Prebill participa do Debate Nacional Sobre Relações do Trabalho e PL 4330, promovido pela CGTB

O companheiro Roberto Prebill defende que todos os trabalhadores devem ter direitos iguais e garantidos, “inclusive equiparação salarial”




Com a presença de trabalhadores e empresários de vários estados do país, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Confederação Nacional de Serviços (CNS) promoveram um Debate Nacional sobre o PL (Projeto de Lei) 4.330/04 no último dia 25/10, no Hotel Dan Inn Planalto, no centro de São Paulo.
O debate foi mediado pelo presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), e contou com exposições do presidente da CNS, Luigi Nesse, do secretário-geral da CGTB, Carlos Alberto Pereira, da economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Patrícia Pelatieri, e do diretor de economia da CNS, Fernando Garcia.
O presidente da FENAAC e do SINDICOMUNITÁRIO, companheiro José Roberto Prebill, também marcou presença, representando os Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias do estado de São Paulo e de todo o Brasil.

O que é o PL 4.330/04

O PL 4.330/04, trata da terceirização do trabalho em qualquer atividade, seja no setor público ou privado, e está para ser votada no Congresso Nacional a qualquer momento. Diversos setores, principalmente lideranças sindicais e representantes das mais variadas categorias de trabalhadores, estão muitos preocupados com a possibilidade de a matéria ser aprovada pelos deputados federais, e depois pelos senadores. O principal argumento é de os salários, benefícios e demais direitos podem ser diferenciados para os trabalhadores terceirizados, mesmo que esses exerçam a mesma função, no mesmo local, de acordo com a natureza da atividade, o que pode acarretar muitas demissões e uma pulverização das organizações e representações dos trabalhadores.
Bira disse que “o objetivo do debate foi dar elementos para as discussões que serão reiniciadas no Congresso Nacional sobre o PL 4.330. A CGTB tem a sua posição e a CNS tem a sua posição. Procuramos escutar os argumentos das pessoas para termos o maior esclarecimento possível. O debate se dá em torno de ideias. Ouvimos com muito respeito a opinião de todos”.
Luigi Nese disse que “esse assunto interessa ao Brasil. Essa discussão está há quase 15 anos no Congresso Nacional e ainda não conseguimos chegar a lugar nenhum”.
O Secretário-geral da CGTB, Carlos Alberto Pereira, ressaltou que “a forma como vinha sendo feita esta discussão era negativa, sem debates e sem avaliar os dados para implantar uma lei que altera as relações do trabalho no Brasil. O sentimento que nós temos é que o PL 4.330 rasga a CLT e acaba com os direitos trabalhistas”. Segundo ele, “o PL 4.330 tem problemas sérios, porque em vez de ser uma lei que vai proteger os 12 milhões de trabalhadores, ela abre espaço para você terceirizar os outros 48 milhões. A avaliação da Anamatra é que, estabilizada a lei, você imediatamente vai saltar de 12 milhões para 33 milhões de trabalhadores terceirizados no país, ou seja, a maioria no Brasil passará a ser terceirizado”.
O companheiro Roberto Prebill defende que “todos os trabalhadores, sejam efetivos ou terceirizados, devem ter direitos iguais e garantidos, inclusive equiparação salarial”. “O problema da terceirização é que esses trabalhadores terão seus direitos aviltados, com redução de benefícios, salários menores e poucas garantias trabalhistas”, afirmou o presidente da FENAAC.

Mais acidentes

De acordo com Patrícia Pelatieri, “muitas empresas contratantes somem, fecham as portas e vão embora. Na área de vigilância, em 2011, quatro empresas deram calotes de R$ 65 milhões. Existem várias empresas que prestam serviços para o setor público e não pagam os trabalhadores, porque tem outros CNPJs e somem”.
“As tomadoras estão terceirizando os serviços de maior periculosidade, pagando menos e terceirizando os serviços que são mais perigosos e por isso aumentou o número de ferimentos fatais com trabalhadores terceirizados. Na Petrobras, de cada 10 acidentes, 8 são registrados por empresas terceirizadas. No setor elétrico, setor de serviços que renumera bem e tem uma boa qualificação, o número de acidentes com afastamento dos trabalhadores terceirizados é o dobro dos trabalhadores diretos”, explicou Patrícia.

Rotatividade

Ainda segundo estudos do Dieese, a aprovação do PL 4330 pode agravar a rotatividade no mercado formal de trabalho, o que não é saudável.
De acordo com o órgão, em 2011, 49% dos trabalhadores com carteira assinada foram demitidos, e um volume igual foi admitido. Já em 2012 esse número pulou para 51% de trabalhadores formais demitidos e um volume similar admitido. A conclusão é de que essa grande rotatividade impede a formação e a qualificação dos trabalhadores, criando um mercado de trabalho de segunda categoria, ou seja, um empecilho ao desenvolvimento e ao fortalecimento do mercado interno.
Em suma, o PL 4330 é uma forma de institucionalizar uma situação que já é perversa.
Além disso, o salário mínimo regional é hoje apenas R$ 100 acima de seu mínimo nacional. São Paulo pode e deve colocar um parâmetro melhor para o mercado de trabalho.

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